Biblioteca da Karen

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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Uma leitura sobre um leitor de Salinger



Minhas mãos tocaram o livro surrado. As páginas já não pertenciam mais à encadernação, pendiam uma a uma da capa preta. Agradeci a moça da biblioteca, o leitor que havia feito o reserva esquecera de pegar a obra. Logo ela estava em meus dedos. Já fazia alguns meses que ansiava para ler o volume. Finalmente, perdi a vergonha e fui em busca. Era, o livro, muito requisitado. O título é famoso, “O Apanhador no Campo de Centeio”, de Jerome Salinger.

O livro narra as impressões do adolescente Holden Caulfield sobre a escola e a fuga para Nova York. È uma obra interessante, repleta de reflexões sobre pessoas, atitudes e a própria vida.

Não são as ações narradas por Salinger que me interessam. Sim as de outro escritor, cuja letra, marcada a lápis nas páginas, exprimia-se entre as vogais e as consoantes da prensa. Imagino que o leitor apaixonado pela narrativa, que se achou no direito de rabiscar as partes que gostava com comentários desinteressantes e nada criativos. Numa outra oportunidade aquela atitude teria me irritado. Mas enquanto lia as páginas, senti-me intrigada. Naquele momento era eu quem estava de posse da obra, mas quantas vezes não passou por outras mãos? Quantos não teriam lido a ponto de estragar a encadernação, de as folhas estarem começando a sair. Não era mais a capar original que envolvia o volume.

Naquele momento, naquela leitura não eram as palavras de Salinger que me lembravam a transitoriedade da vida. Eram as frases que me guiavam a leitura, a mão invisível que se estendia para mim, como se abrindo uma porta, conhecendo um pouco daquele estranho que tinha o mesmo gosto que eu. Foi numa busca para conhecer uma obra que me deparei com um estranho revelando a mim suas preferências.

Será que é tão errado marcar em nossos livros (não as da biblioteca, que fique claro), rabiscar as partes que gostamos? Talvez com esta atitude, nos tornemos mais íntimos de desconhecidos de que de velhos amigos, mesmo que revelando anonimamente segredos, sentimentos do momento. Em nossa passagem tão curta porque não assinalar em uma obra nossas impressões, gostos. Mesmo que nunca sejamos escritores, mas que se tornem públicas nossas visões sobre o mundo.

sábado, 17 de julho de 2010

O Pequeno Príncipe e as borboletas

“Il faut bien que je supporte deux ou trois chenilles si je veux connaître les papillons. Il paraît que c’est tellement beau. Sinon qui me rendra visite ? Tu seras loin, toi. Quant aux grosses bêtes, je ne crains rien. J’ai mes griffes.”
Antoine de Saint-Exupéry

O Pequeno Príncipe (de Saint-Exupéry), uma obra literária que possui leitores em várias partes do mundo, me cativou. Em um trecho da obra o príncipe dialoga com uma flor. A planta pede que ele a liberte de um receptáculo de vidro, que a protege de seus maiores medos: os insetos e o vento.

O menino, curioso pelo pedido, pergunta o porquê. A flor responde que se não vierem as larvas, nunca virão as borboletas. Ou seja, algumas provações que passamos na vida são necessárias para alcançarmos a felicidade.

Se nunca vierem os desafios, nunca virão as conquistas. Se nunca acontecerem mudanças abruptas nunca evoluiremos como pessoas. Mesmo as árvores, presas à terra, movem os galhos em direção à luz. A intolerância a mudança, o pessimismo quanto à novas experiências impedem-nos de crescer.


Voltando a ideia das borboletas. Sempre gostei destas e sua representação como a metamorfose. Um inseto feio que se enterra em um casulo e liberta-se com um belo ser. A transformação de algo grotesco para algo sublime, de um ser preso a características pouco notáveis para um com asas para voar, simbolizando a mudança e a transição. Nossa vida é repleta de desafios, cabe a nós transformá-los em larvas ou borboletas.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Curiosidades sobre o Google


Internet. Google. As palavras já estão relacionadas em nossa mente. Não é exagero, mas a empresa, criada em 1998, se tornou sinônimo de busca na rede. Abaixo, segue uma lista de curiosidades sobre o buscador:

1) O Google foi fundado por dois estudantes de Standford, Sergey Brin e Larry Page. Ambos realizavam um projeto de doutorado.

2) O nome Pagerank foi criado por Larry, em uma brincadeira envolvendo seu sobrenome Page. Se você desconhece o significado de Pagerank, saiba que é um rankeamento das páginas da Internet, de acordo com a importância atribuída pelo Google.

3) Os primeiros esboços do layout do Google foram criados no Gimp, um software livre (distribuído gratuitamente) de design. Muitos consideram de difícil utilização.

4) O nome do Google foi registrado errado. A marca era para fazer referência a denominação de um número muito extenso, contudo os rapazes se equivocaram na grafia, que deveria ser Googol.

5) A palavra Google se tornou sinônimo de buscas em vários idiomas, não apenas no inglês. Para os alemães é googelte; os finlandeses, googlata; japoneses, guguru.

6) Em 2003, o buscador estava disponível em 100 idiomas maternos. Entre as línguas disponibilizadas para a busca, constavam: grego, latim, galego, híndi, ucraniano, urdu, croata, tcheco, esperanto, português, norueguês, sueco, espanhol, suali, tailandês, malaio, afrikaan, maltês, chinês, japonês, tagalog, basco, islandês, italiano, indonésio, holandês, dinamarquês, zulu, coreano, galês, alemão, francês, árabe, hebreu, letão, lituano, romeno, esloveno, russo, finlandês, inglês. Ainda, por diversão, na língua do P, klingon, língua do Hortelino e a do Chefe sueco da Vila Sésamo.

7) Cerca de 20% do tempo dos funcionários é empregado em projetos pessoais. Ou seja, um dia da semana, podem trabalhar no que desejarem.

8) Quando foi desenvolvido, seus criadores ainda não sabiam como geraria lucros ou como seria comercializado.

9) Google nunca pagou nada para ser mencionado em séries ou filmes. A primeira vez que o sistema de busca apareceu, foi em West Wing, quando um dos personagens sugeriu o acesso ao site.

Todas as curiosidades foram retiradas do livro “Google: A história do negócio de mídia e tecnologia de maior sucesso dos nossos tempos” de David A. Vise e Mark Malseed.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Unidos até na Gastrite


A primeira endoscopia a gente não esquece. Por endoscopia, entendo como um procedimento médico, em que um tubo é inserido em sua boca e vai até o sistema digestório. O objetivo é verificar se há algum problema de saúde, como uma gastrite, úlcera, ou algo mais sério, como câncer.  Mas para alguns pode ser uma forma de tortura medieval ou meio legal de ficar mais “leve”, ou, até mesmo, sadismo por parte dos médicos. Eu acredito na primeira opção.
Após uma vida desregrada movida a MUITO Doritos apimentado, Coca-cola (no meu caso) e embalada com maratonas de Lost, meu Namorado e eu desenvolvemos problemas estomacais.  No começo, senti dores no peito e ânsia de vômito. Depois que os problemas cardíacos foram excluídos, veio à confirmação: Refluxo.
Demorou alguns meses até que tive de fazer a tal endoscopia. Para mim não foi nada traumático.  Até considerei bastante tranquilo. Mas tive de ficar de repouso. Também descobri que tinha gastrite.
Não tardou muito, e o Namorado também começou a sentir os mesmos sintomas. Dores no peito, queimação, vontade de vomitar. A família dele acusou de refluxo psicológico. Afinal, começou a sentir depois de mim, quase como uma dor solidária. Não levou muito dias para ir ao médico e descobrir que sofria dos mesmos problemas e fazer a tal endoscopia.
O exame ficou agendado para uma terça-feira (não tenho muita certeza da data). Neste dia recebo uma ligação às 7h40min da manhã, quando já estava saindo para o trabalho.
- Namoraaada bonita.
A primeira frase. O Namorado mal conseguia articular as sílabas. As vogais estendiam-se por toda a palavra, dessa forma mesmo: “Naaaamoooraaadaaa!”. Eu realmente estava preocupada com o procedimento médico, contudo iria esperar até o fim da manhã para telefonar e averiguar o estado físico do Namo.
Ele havia ficado completamente chapado com o exame. Nem o telefone conseguiu discar. A prima dele fez a ligação quando o viu “brincar” ou “brigar” com o celular. Ficamos uns dez minutos falando sobre absolutamente nada.  Apenas os murmúrios de namorada boinita.
Às 8h20min recebi outra ligação dele, que só vi depois das 12 horas. Quando conversei com ele mais tarde, o rapaz me disse que não se lembrava de ter me ligado. E ainda riu. Mas a prima me garantiu que o hospital inteiro ficou sabendo que ele tinha uma namorada bonita.
No fim do dia jurou que haviam dado valium. Mas os médicos garantem que não usam este tipo de droga no procedimento.  Posteriormente, o resultado ficou pronto e confirmou gastrite.

Resultado: Sem Doritos, Pimenta e Coca-cola por muito tempo. E o engraçado foi o efeito tão diverso da endoscopia na gente. 

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