Na última cena de Lost, Jack fecha os olhos, como se encerrasse de forma poética a série que durou seis anos. O primeiro episódio, um dos pilotos mais marcantes da história da televisão, inicia-se com o médico abrindo as pálpebras. O gesto final foi um adeus, de um programa que com certeza deixará saudades.
Acompanhei Lost desde o primeiro episódio. Confesso que não assisti a todos, devo ter pedido dois ou três. Quando comecei a namorar, há um pouco mais de um ano, ver os episódios se tornou um hobby dos dois. Posso dizer que vou sentir falta de uma série com um bom e envolvente roteiro, e com personagens bem desenvolvidos (ao menos a maioria).
Lost nunca parou de surpreender: personagens importantes da trama e queridos pelo público morreram, experiências com o subconsciente realizadas na Iniciativa Dharma, viagens no tempo, mistura de mitologia e ciência. Sem dúvida um enredo rico.
Com o fim de Lost vou sentir falta de ver algo bom na TV. O último episódio deixou algumas perguntas sem respostas, mas, ao contrário de muita gente, eu gostei. Jack perde a vida na ilha, assim como muitos personagens. Entretanto por uma causa maior. No começo da temporada, Jack deixou a liderança do grupo e passou a seguir ordens. Aos poucos, reassume seu papel e salva a todos no final.
Poucos conseguiram fugir da Ilha. Os “Flashs” que começaram a aparecer no começo da temporada retratavam a busca (na minha opinião), mesmo inconsciente dos personagens, para se lembrar da ilha. Por mais que estivessem felizes com aquela vida irreal, sabiam que havia algo que não se encaixava.
Mesmo com todo o sofrimento que a Ilha proporcionou aos sobreviventes do Oceanic 815, eles encontram uma família entre seus colegas de vôo. Como Jacob, mesmo disse, todos eram desajustados onde viviam. Não se davam bem com a família, amigos ou trabalho. Na Ilha formaram um lar. No começo todos tentaram partir, quando uns finalmente conseguiram ir embora, voltaram. A Ilha precisava deles , de um novo protetor. E eles precisavam da Ilha.
A Ilha era importante. Mas era mais precioso a amizade e o amor que cada um conquistou no decorrer da série. Tanto que só ficaram felizes no “purgatório” quando reencontraram uns aos outros e se lembraram do tempo que viveram juntos.
Locke estava certo. A ilha era especial.