Fazia um bom tempo que não encontrava uma prosa que se assemelhasse tanto a poesia quanto a de Carlos Ruiz Zafón. Me apaixonei pela forma que descreve as ações, a luz, o odor. Na última semana, li a obra Marina. Amei.
O enredo é simples. Nada de sagas mirabolantes. O escritor mostra que uma boa idéia e uma boa escrita tornam uma leitura maravilhosa. O livro conta alguns meses da vida de Óscar, precisamente quando estava em um internato em Barcelona (Espanha).
Em uma das andanças por um bairro repleto de casarões, ele acidentalmente rouba um relógio, após ver uma aparição. Posteriormente, ele devolve o fruto do roubo e conhece Marina. A jovem de 16 anos atrai as atenções do adolescente.
Óscar mal tem palavras para descrever a jovem. Se apaixona por ela, e a segue como um cachorrinho. Marina propõe que eles vão até um cemitério, desvendar o mistério de mulher que deposita mensalmente uma flor em frente a um túmulo.
Aos poucos, eles vão desvendando a história de Mijail Kolvenik. Um conto aterrorizante, que iniciou com um homem que tenta combater a morte, as imperfeições humanas, e sobretudo construir um ser perfeito.
Quem leu atentamente Marina, pode lembrar de um clássico da literatura universal: Frankstein. A medida que você lê o romance, percebe que alguns personagens evocam a história de Mary Shelley. A filha de um médico, na obra de Zafon, é Maria Shelley. Também há um personagem chamado Victor. E no mais, ambos são histórias de como construir um ser humano perfeito.
“Ninguém entende da vida enquanto não entender a morte”
“Ninguém entende da vida enquanto não entender a morte”